FAABA reclama maior presença dos regantes nas decisões do regadio de Alqueva

Escrito por em 12/07/2022

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo “reclama” uma maior presença dos regantes nas decisões sobre regadio de Alqueva.

Em comunicado a FAABA, “considera imprescindível o reforço da necessária articulação entre a EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva) e as associações de regantes”.

Segundo a Federação de Agricultores, “a falta de planeamento e a falta de comunicação da EDIA com as associações de regantes pode colocar em risco vários milhares de hectares de culturas já instaladas, no perímetro de Rega de Odivelas”.

A Associação representativa dos regantes de Odivelas refere que “a EDIA, em finais de junho comunicou à Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) que não poderá cumprir o plano de transferência de água de Alqueva /Alvito/Odivelas prevista para 2022, plano este que foi transmitido à EDIA no dia 03/02/2022, tal como o previsto na portaria 3025/2017”.

De acordo com a FAABA, “este é um exemplo da falta de coordenação ou da resposta bastante tardia que vai fazer toda a diferença para as culturas já no terreno naquela área de regadio”, uma vez que como adianta a ABORO, “trata-se de um corte no fornecimento de água que poderá chegar aos 28%, só agora comunicado e que, nesta fase da campanha de rega, inviabiliza a adoção de medidas mitigadoras para acomodar a redução do volume de água no fornecimento decidido pela EDIA. Face às atuais circunstâncias, no próximo mês de setembro poderá não haver disponibilidade de água na barragem de Odivelas para satisfazer as necessidades de rega de milhares de hectares de culturas instaladas no referido aproveitamento hidroagrícola”.

De acordo com resposta da EDIA à ABORO, “os critérios que presidiram ao dimensionamento do Circuito Hidráulico de Odivelas-Vale do Gaio estabeleceram um caudal nominal para este troço de 6,2 m3/s e tiveram em consideração que a adução aos blocos de rega de Alvito, Baronia, Circuito Hidráulico de Viana, Circuito Hidráulico de Vale do Gaio e o reforço da albufeira de Odivelas não poderiam ocorrer em simultâneo no período correspondente ao pico da campanha de rega (…)”.

Para a ABORO esta é uma questão que vai mais longe, referindo-se à falta de capacidade da rede primária, em resultado da entrada em funcionamento da 2ª Fase de Alqueva.

A ABORO diz “encarar futuro com muita apreensão, dado que só agora estão a entrar em funcionamento os blocos de rega da 2ª Fase, o que significa que no futuro este tipo de constrangimentos irão aumentar, sobretudo se, como se tem vindo a verificar, não houver o devido planeamento por parte da EDIA e a articulação entre esta empresa e as Associações de Regantes que recebem água de Alqueva”.

A FAABA “reclama uma maior participação dos agricultores (através das suas estruturas representativas) na gestão da rega de Alqueva e nas decisões a ela referentes”, e refere que “o que se está agora a passar com a ABORO com consequências nefastas para os beneficiários da rega daquela zona, poderá repetir-se em outras áreas sob gestão de outras associações de regantes”.

As explicações são de Manuel Reis, diretor da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo que afirma que os perímetros cofinantes estão “completamente esquecidos” e fala em “falta de coordenação” por parte da EDIA com os agricultores.

Manuel Reis

 

 


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