Associação Terras Dentro realizou webinar sobre Competitividade e Inovação no Alentejo Interior

Escrito por em 01/06/2021

A Terras Dentro – Associação para o Desenvolvimento Integrado, realizou um Webinar sobre Competitividade e Inovação no Alentejo interior.

Segundo revelou a Terras Dentro em nota de imprensa, a iniciativa teve como objectivo, “refletir sobre os atuais desafios às políticas territoriais de desenvolvimento em meio rural e a relevância da liderança estratégica, capacitação organizacional e a dinamização de redes de atores”.

Raúl Lopes, Professor do ISCTE-IUL e Orador convidado, segundo a Terras Dentro, deixou um aviso claro aos participantes, “a chave da competitividade hoje, é a capacidade de inovação e a capacidade de incorporar conhecimento daquilo que se produz”.

Face à globalização, que provocou a mudança do contexto económico mundial, “a problemática da competitividade tem de ser reequacionada do ponto de vista teórico e do ponto de vista prático e hoje em dia, a chave, o suporte da competitividade, seja das empresas, seja dos territórios, é a inovação e não os custos de produção, nomeadamente os custos salariais” como se diz repetidamente, concluiu.

Olhando para o papel da Globalização, e o seu impacto em regiões como o Alentejo, Raúl Lopes afirma ser “um processo pluridimensional onde nem sempre é fácil estabelecer diálogo sobre este assunto porque os interlocutores falam linguagens diferentes”. E, devem entender, que a “globalização não é uma coisa simples, não é só comprar e vender no mercado internacional. Quando falamos de globalização, falamos de um novo paradigma da organização da economia mundial, um paradigma mais complexo onde os sistemas se interconectam”.

Por isso mesmo, faz todo o sentido falar hoje em dia em competitividade territorial, faz sentido falar de território, num contexto de economia global, porque “justamente a globalização veio valorizar o papel do território na economia.” Apesar dos seus aspetos negativos, “também tem aspetos positivos que não podemos negligenciar. Em especial, naquilo que a globalização veio abrir em termos de novas janelas de oportunidades aos territórios locais”. Exemplo, disso, diz o Professor do ISCTE, é o Cante Alentejano, património da humanidade, que “não o seria seguramente se não fosse a globalização, se não fossem os tais canais de difusão mundial de novas expressões culturais e musicais”.

Segundo o especialista em Economia do Território, tendemos a olhar para a globalização mais como a afirmação de um conjunto de Mega empresas, as grandes multinacionais americanas ou mesmo alemãs, “mas quando fazemos um zoom sobre elas, vamos perceber que elas estão ancoradas territorialmente e não dispensam um forte relacionamento com o seu território de inserção.” Exemplo, disso temos o sul da Alemanha ou Silicon Valley nos Estados Unidos, regiões inovadoras e competitivas.

Fernando Romba, o Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) salientou que no Alentejo o “que faz falta é juntar as pontas soltas. Temos aqui muitas infraestruturas e de facto o que falta às vezes para o território, é ter uma estratégia que nos diga por onde ir e de facto cumprirmos essa estratégia”.

Deixou ainda Fernando Romba as pistas para esta década da CIMBAL as quais vão ser à volta da agricultura e da agroindústria, do turismo e ainda da atividade mineira na região.


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