Agricultores pedem alivio de medidas da Situação de Alerta
Escrito por Admin RVidigueira em 19/07/2022
A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo apresentou em carta aberta à Ministra da Agricultura um conjunto de propostas de medidas para a Declaração de Situação de Alerta contra incêndios no Alentejo.
Segundo revelou a FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, que afirma no documento que “reconhece a absoluta necessidade de implementação de medidas que evitem a deflagração de fogos”, contudo diz existirem “algumas situações na nossa região, que pelas suas particularidades, deveriam, em nossa opinião, merecer outra atenção e até algum alívio e bom senso nas medidas restritivas agora decretadas”.
A FAABA aponta o “o horário definido para a utilização das máquinas debulhadoras que se encontram em plena campanha de recolha de cereais” e propõe “que seja permitida a debulha normal dos cereais, exceto no período compreendido entre as 13 e 17 horas (período em que as temperaturas são mais elevadas) em situações climáticas extremas em que tenha sido decretado o alerta vermelho para a região”, recordando que “é normal fazer a debulha de cereais no Alentejo com temperaturas acima dos 30 0C, sendo que as zonas ocupadas por esta cultura situam-se em áreas desprovidas de coberto florestal, onde o risco de incêndio é diminuto”.
Outra situação apontada nesta Carta Aberta, “tem a ver com a instalação de sistemas de rega, na maior parte dos casos para culturas permanentes em que se torna necessária a utilização de retroescavadoras para abertura e fecho de valas. Estas operações ocorrem geralmente em parcelas já gradadas, preparadas para a plantação e completamente limpas de pastos, onde o risco de incêndio é nulo. O impedimento destes trabalhos está a prejudicar não só os agricultores que necessitam de ter os sistemas instalados e prontos para a rega das plantas (na maioria dos casos já encomendadas), mas também as empresas de rega que estão impedidas de trabalhar”, sugerindo a Federação de Agricultores “que para estes trabalhos seja estabelecido um horário semelhante ao solicitado para a colheita dos cereais”.
A Federação de Agricultores diz ainda existirem “determinadas operações de preparação de terreno para culturas anuais ou permanentes, (ex. lavouras e ripagens sem recursos à utilização de alfaias de discos) que em nossa opinião também poderão ser executadas no período acima referido, mesmo que para isso tenham que ser reforçadas as medidas de segurança contra incêndios”.
A FAABA apela aos demais ministérios que “compreendam” as questões colocadas, e “lhe seja dado o seguimento” proposto.
As explicações são de Rui Garrido, o presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo que fala em horários “desajustados” e relembra que “os primeiros interessados em que não hajam incêndios são os agricultores”.
Rui Garrido