Modernização do troço Casa Branca Beja concluído em 2027
Written by Admin RVidigueira on 09/06/2021
A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê que a modernização do troço ferroviário entre Casa Branca e Beja fique concluída em 2027, revelou ontem o presidente da empresa.
Com a elaboração dos estudos em concurso público, António Laranjo afirmou ontem, numa audição publica na Assembleia da República, pedida pelo PCP, que “o lançamento da empreitada será feito em 2024 e a obra decorrerá em 2025, 2026 e, porventura, ainda no início de 2027”.
A audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação sobre a modernização e eletrificação da Linha do Alentejo contou com intervenções do presidente da IP e do vice-presidente da empresa, Carlos Fernandes, através de videoconferência.
Recorde-se que o concurso público para a elaboração dos estudos e projetos necessários para a modernização do troço ferroviário entre Casa Branca e Beja da Linha do Alentejo e da execução de uma ligação ao Aeroporto de Beja foi publicado em maio passado em Diário da República.
O PCP criticou na altura a decisão da IP de avançar com a elaboração de novos estudos, considerando que “esta linha já foi alvo de estudos que têm custado milhões de euros aos portugueses”, requerendo então a audição da empresa.
O presidente da Infraestruturas de Portugal esclareceu ontem, que os anteriores estudos sobre investimento na Linha do Alentejo, datados de 2011 e 2015, “foram feitos internamente” e serviram de “suporte para a inclusão do projeto no Plano Nacional de Investimentos PNI2030”.
Segundo o responsável, o período para o desenvolvimento de um projeto de investimento ferroviário, desde que a IP receba “luz verde” para o desenvolver e até que fique concluído, “não pode durar menos de sete anos” e “metade desse tempo é para o projeto”.
Em relação a este investimento, o presidente da IP adiantou que, “se tudo correr” como espera a empresa, nomeadamente em relação ao concurso que está a decorrer, o projeto de execução estará “concluído em setembro de 2023”.
Depois, “será feita a avaliação de impacte ambiental” e, após a obtenção da Declaração de Impacte Ambiental, “teremos todas as condições para, de imediato, lançar a empreitada e ter então os três anos ou três anos e meio para a execução”, assinalou.
António Laranjo revelou que a modernização do troço entre Casa Branca e Beja “custa mais de 100 milhões de euros” e que o projeto será financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), com uma comparticipação que “pode ir até aos 85%”.
Quanto à ligação ao aeroporto, o responsável salientou que “o que está em cima da mesa neste concurso público é o estudo de viabilidade”, ao qual se “seguirá o estudo prévio, mais estudos e o projeto de execução”.
Já o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, considerou que a modernização do troço entre Casa Branca e Beja “é uma obra forte e ambiciosa”, a qual “investe em 64 quilómetros de via”, permitindo aumentar a velocidade dos comboios.
O projeto, precisou, prevê sete quilómetros de variantes, duas estações técnicas de 750 metros para comboios de mercadorias, sinalização eletrónica, eletrificação do troço e intervenções a nível de estações e apeadeiros.
“Com a conclusão deste projeto, passaremos de duas horas e 13 minutos na ligação entre Beja e Lisboa para, previsivelmente, uma hora e 40 minutos”, realçou, notando que o tempo não diminui mais ainda devido ao “tráfego de suburbanos” para Lisboa.
Durante a audição, os deputados sublinharam a importância do projeto e alguns lamentaram os atrasos.
Segundo a IP, o investimento na Modernização da Linha do Alentejo integra o PNI2030, que prevê também a duplicação do troço entre Poceirão e Bombel e a requalificação e eletrificação do troço Casa Branca e Beja.