Livre quer travar conversão do ramal ferroviário de Moura em ecopista
Escrito por MarcoAbundancia em 22/04/2025
O Núcleo Territorial Interdistrital do Alentejo do LIVRE, manifestou a sua oposição à conversão do ramal ferroviário de Moura numa ecopista.
O Livre endereçou uma carta, para expressar o seu “repúdio em relação à decisão das Câmaras Municipais de Beja, Moura e Serpa e da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) de construir uma ecopista sobre o traçado ferroviário do Ramal de Moura”.
O Livre aponta o comboio, como dos “meios de transportes mais eficientes pela sua rapidez, segurança, alta capacidade de transporte de pessoas e mercadorias, conforto e baixíssimas emissões de carbono em comparação com o transporte rodoviário”.
Segundo a missiva do Livre, “a verdadeira razão para o encerramento desta componente essencial da Linha do Sul foi negligência, falta de investimento e falta de visão de futuro”.
Para o Núcleo Territorial Interdistrital do Alentejo do Livre, “construir a ecopista na sua totalidade ou apenas em parte, é decidir para sempre que o Ramal de Moura não será reactivado, e que a região que governam não merece integrar uma rede ferroviária que a conecte com a capital do distrito, do país e demais localidades”.
O Livre acusa a CIMBAL e os Presidentes de Câmara de Beja, Moura e Serpa, de “desperdiçar uma oportunidade única de exigir a reactivação das linhas ferroviárias existentes nos seus territórios”, considerando “uma posição incompreensível e inaceitável”.
O Núcleo Territorial Interdistrital do Alentejo do LIVRE quer que a CIMBAL e os municípios de Beja, Moura e Serpa, invertam “de imediato a sua estratégia para o Ramal de Moura, abandonando desde já a decisão de converter 7km do traçado ferroviário em ecopista”, bem como “pugnar pela expansão do projecto de electrificação da Linha do Sul, exigindo que o Ramal de Moura seja restabelecido”.
O Livre defende ainda a promoção da “expansão da linha com vista a estabelecer uma ligação ferroviária a Espanha, nomeadamente à linha Zafra-Huelva”, com um traçado “desenhado pela vila de Barrancos”.
O Livre reforça ainda que, a CIMBAL e as Câmaras Municipais “devem ser os principais interessados na protecção da Linha Ferroviária do Sul”, e recomenda “uma posição forte e clara contra o encerramento do troço Beja–Casa Branca durante os dois anos de requalificação da linha”, “que se reforce a posição já manifestada pela CIMBAL em 2023 de se restabelecer a ligação Beja–Funcheira, que possibilitaria a ligação do distrito de Beja ao de Faro, imediatamente a sul, sem necessitar de uma passagem em Lisboa”.