FAABA escreve ao ministro da Agricultura devido à Febre Catarral Ovina
Written by Admin RVidigueira on 10/10/2024
A Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) enviou uma carta ao Ministro da Agricultura e Pescas manifestando a sua “séria preocupação sobre os elevados prejuízos” que o setor pecuário do Alentejo está a sofrer em resultado da progressão acelerada de um novo serotipo do vírus da Febre Catarral Ovina.
Em comunicado, a FAABA atesta que os primeiros focos conhecidos desta variante, também conhecida como língua azul, surgiram com grande intensidade no Alentejo Central e rapidamente se alastraram aos territórios vizinhos, estando praticamente todo o Alentejo confrontado com este problema. A Federação de Agricultores diz tratar-se de “uma doença de declaração obrigatória que, quando confirmada na exploração, implica um impedimento da movimentação animal durante 60 dias, o que se revela muito penalizador do ponto de vista económico”.
A FAABA sublinha ainda, que “o número real de rebanhos afetados está muito longe de corresponder ao número de casos comunicados aos Serviços Veterinários Oficiais”, apontando “que a situação é, na realidade, muito grave”.
A Federação dos Agricultores do Alentejo “salienta ainda que os prejuízos causados à produção são muito consideráveis e decorrem da significativa mortalidade de ovinos, cuja taxa aumentou mais de 50% face a período homólogo do ano passado, mas também do número elevado de animais doentes que deixam de produzir, dos abortos e dos custos elevados com os tratamentos médico-veterinários que têm que ser administrados a estes animais”.
A Federação de Agricultores frisa também, que a “vacina recentemente disponibilizada é muito cara e os custos de aquisição e de aplicação estão a ser suportados integralmente pelos produtores, ao contrário do que acontece em outros países comunitários”.
Os responsáveis da FAABA escreveram ao ministro da Agricultura, porque constatam, com apreensão, que “em Portugal e apesar da gravidade da situação, o governo não manifestou, até ao momento, qualquer intenção de apoiar a produção a suportar estes prejuízos e custos acrescidos”.
Em declarações à Rádio Vidigueira, Miguel Madeira, vice-presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, fala numa variante com uma “grande agressividade” que está a provocar uma “quebra grande” na produção de ovinos.