FAABA alerta para atividade agro-pecuária “gravemente” afetada pela seca
Escrito por Admin RVidigueira em 02/02/2022
A seca está a afetar “gravemente” a atividade agro-pecuária da região do Baixo Alentejo.
O alerta é da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, que em comunicado vem “manifestar a sua grande preocupação relativamente à agricultura de sequeiro, à pecuária extensiva e também à falta de reservas hídricas, quer para o abeberamento animal, quer para o regadio”.
Segundo a FAABA, “as culturas de Outono-Inverno já se encontram gravemente comprometidas, ou por deficiente emergência, ou por se encontrarem já em défice hídrico. As pastagens não existem, o que tem levado os agricultores a recorrerem às reservas de feno e palhas que em muitos casos se encontram praticamente esgotadas” e a serem “forçados a adquirir também largas quantidades de alimentos concentrados e outros suplementos”.
Segundo a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, “a confirmarem-se as previsões do IPMA para as próximas semanas, a provisão de reservas alimentares para a pecuária serão praticamente nulas”.
Uma situação que tem sido, segundo os agricultores “agravada pelos custos dos factores de produção (rações, combustíveis, sementes, fertilizantes, energia, etc.) que sofreram agravamentos extraordinários nos últimos meses, nunca vistos nos tempos mais recentes”.
A FAABA, que realça que nas explorações em Modo de Produção Biológico, o cenário “é ainda mais dramático, não só pelo maior custo da alimentação, mas também pela sua dificuldade de aquisição”, chamando a atenção que “os agricultores têm de estar preparados para a falta de água para o abeberamento de animais (e populações)”.
A FAABA refere ainda que as barragens da região, em especial as da bacia do Sado, “encontram-se a níveis historicamente baixos, comprometendo seriamente a próxima campanha de regadio”, e no caso das barragens que se encontram ligadas ao complexo de Alqueva, “a campanha de regadio poderá ocorrer, mas a água terá que ser adquirida à EDIA a custos muito elevados, agravando ainda mais as contas das várias culturas instaladas”.
A FAABA afirma que a “sustentabilidade económica de muitas explorações agropecuárias do Alentejo ficará gravemente comprometida” e pede ao Governo que “defina medidas de apoio aos sectores mais afetados, que poderão passar por ajudas diretas à pecuária e às culturas de Outono-Inverno”, sendo também importante, “no imediato” a autorização para o pastoreio de pousios e superfícies de interesse ecológico, como forma de mitigar a falta de pastagem para o gado.
Rui Garrido