FAABA acusou Governo de não ouvir os agricultores e ameaçar agricultura intensiva

Escrito por em 11/08/2021

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo diz que o Governo “não ouve os agricultores e ameaça a agricultura intensiva”.

Segundo a FAABA foi publicado um diploma em Diário da República, com o “ objectivo definir orientações e recomendações relativas à informação e sustentabilidade da atividade agrícola intensiva.

A FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo “congratula-se com criação do Portal Único da Agricultura como repositório de informação técnico-científica de vária natureza. Esta informação terá certamente utilidade para todos os agricultores em geral e não apenas para aqueles que, pela natureza dos seus solos, pela disponibilidade de água para regadio, e principalmente pelos investimentos efetuados em tecnologias modernas, optem por sistemas de produção agrícola mais intensivos”.

A FAABA refere que o diploma publicado a 27 de Julho, invoca o “cumprimento de legislação europeia, a necessidade de criação do registo dos operadores das empresas do setor alimentar que produzem e comercializam frutas e produtos hortícolas”. Medida que a FAABA considera “ajustada e só peca por tardia”.

A Federação de Agricultores aponta ainda na resolução do Conselho de Ministros, para a “necessidade de execução de um projecto-piloto destinado à criação de regimes de produção sustentável para as culturas do olival e do amendoal na Zona do Regadio de Alqueva e para as culturas protegidas no Aproveitamento Hidroagrícola do Mira, ambas regiões na área de influência da FAABA”.

A FAABA “considera a oportunidade para a realização deste estudo completamente inapropriada e que só se justifica, não por questões técnico-científicas, ambientais, sociais e económicas, mas sim para dar cobertura a clientelismo político de partidos que ainda viabilizam a governação actual”.

A FAABA afirma que “com esta atitude o Governo ignorou completamente um estudo recentemente solicitado pelo Ministério da Agricultura à EDIA sobre a cultura do olival na área do EFMA”, que refere como conclusões “um conjunto de boas práticas agrícolas e ambientais”.

Segundo a Federação de Agricultores em comunicado,  “o Governo ignora que a área de culturas ditas intensivas no Alentejo que tiram partido do regadio representará no futuro não mais do que 15% da Superfície Agrícola Utilizada total da região.

Para a FAABA, o Governo “em vez de ter uma visão macro sobre a vasta região do Alentejo, considerando a multifuncionalidade dos sistemas de produção existentes, prefere “inventar” mais legislação para regulamentar a agricultura intensiva, como se esta prática constituísse um crime de lesa pátria por parte dos agricultores”.

A FAABA coloca-se ao lado da posição da CAP, dizendo que o “ Governo faz tábua rasa das recomendações e pareceres técnicos solicitados às organizações de agricultores”.

O Governo deveria reconhecer que os agricultores são os primeiros interessados em cumprir os requisitos de sustentabilidade global das suas explorações”

A FAABA acusa o Governo de “tática puramente política”, ao encomendar “novos estudos, legisla avulso, ao sabor de crenças de “ambientalistas radicais” que não conhecem o território e que militam em forças políticas minoritárias”.

Claudino Matos, da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo acusa as organizações ambientalistas de “falta de conhecimento científico profundo”, e não vê a necessidade de mais um estudo relativo às culturas intensivas, evocando as melhores práticas e tecnologias por parte dos agricultores.

Claudino Matos acusa o Governo de apoiar-se em “ideias radicais”, por parte dos ambientalistas e dirigentes de partidos minoritários.

Claudino Matos


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