DRA do PCP chamou a atenção para a “vil exploração” dos trabalhadores agrícolas imigrantes na região

Escrito por em 07/05/2021

A Direção Regional do Alentejo do PCP chamou a atenção para a realidade de Odemira com condições de vida “deploráveis” e a “vil exploração” de trabalhadores agrícolas imigrantes,  “há muito conhecida” sendo  a “ponta do icebergue” do que se passa na região.

Em comunicado enviado à nossa redação estrutura do PCP no Alentejo refere que a ”evolução da doença da covid-19 no concelho de Odemira”, sobretudo nas freguesias de São Teotónio e Longueira-Almograve, “é apenas a ponta do icebergue de uma realidade que se estende a toda a região do Alentejo”.

A Direção Regional do Alentejo (DRA) do PCP, no comunicado realçou que esta situação acontece “seja nas extensas áreas de estufas no perímetro de rega do Mira”, na zona de Odemira, “ou nas monoculturas de olival e amendoal no perímetro de rega de Alqueva”.

Segundo o PCP, “a agricultura e o regadio são decisivos para a criação de emprego, produção nacional e produção da riqueza”, realçando que “a extensão sem regras à exploração em largas faixas das monoculturas do amendoal e olival intensivo e superintensivo e da produção de fruticultura em estufas, requerendo em larga medida mão-de-obra pouco qualificada, encontrou nos trabalhadores imigrantes uma fonte de exploração desenfreada”.

O PCP recorda que “esta realidade há muito que é conhecida pelos diversos poderes políticos central, regional e local”, mas “perante as denúncias, propostas e exigências do PCP, os que reagem agora de forma hipócrita, fazendo crer que o problema é novo e o desconheciam, antes agiram em conivência dos grandes interesses do agronegócio”.

“Há anos que se sabia, segundo dados do SEF, que só em Odemira existiam cerca de 6.000 trabalhadores imigrantes registados e mais 5.000 em processo de regularização, muitos dos quais objeto da mais vil exploração e a viverem em condições sub-humanas” e “deploráveis”, assinalou a estrutura comunista.

O PCP recordou que tem vindo a apresentar projetos de resolução ou de lei no parlamento para contrariar esta situação, rejeitados, inviabilizados ou que ficaram sem resposta.

O executivo da DRA salienta que, “urge agir não só para responder aos problemas imediatos de saúde pública resultantes da COVID 19, como em paralelo o Estado intervir de forma integrada através do SEF, da ACT, da Segurança Social e de outras instituições do Estado, no sentido de combater as redes de tráfico humano, agir sobre as sociedades agrícolas de forma a assegurar e garantir a todos os trabalhadores as condições de trabalho, salários justos e condições de habitualidade condignas”.

As explicações são do deputado do PCP João Dias, que não quer que “se aceite este problema como uma surpresa”.

João Dias


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