CDU acusa executivo de “erro” ao abandonar Museu da Banda Desenhada em Beja. Executivo PS diz-se “surpreendido”

Eleitos da CDU na Câmara de Beja acusam executivo PS de cometer um erro ao abandonar o Museu de Banda Desenhada.

Em comunicado de imprensa, os vereadores da CDU na Câmara de Beja consideram, “que abandonar o projeto do Museu de Banda Desenhada é (mais) um erro do executivo PS na Câmara Municipal, que vem confirmar, mais uma vez, a ausência de uma política estratégica de desenvolvimento na área da cultura, como em tantas outras, comprometedora do desenvolvimento da nossa região”.

Segundo os vereadores da CDU, o “Museu de Banda Desenhada será um nicho potenciador de fixação de gente e de criação de emprego, direto ou indireto, em torno da indústria da Banda Desenhada”.

Os vereadores da CDU afirmam ainda que “o entusiasmo que o projeto, único no país, criou, nomeadamente junto de artistas, editores e outros empresários do ramo, motivou forte interesse pela cidade e pela região, que se foi desvanecendo e perdendo, devido à completa e constrangedora insensibilidade e falta de visão do atual executivo municipal”.

Sónia Calvário, vereadora da CDU na Câmara de Beja, acusa o executivo PS de “falta de visão estratégica”.

Em resposta a esta posição, o executivo socialista na Câmara de Beja, “mostra-se surpreendido” com a posição pública dos Vereadores da CDU neste órgão face ao Museu de Banda Desenhada em Beja.

Em comunicado de imprensa, o executivo socialista afirma que “nunca houve qualquer volte-face do executivo nesta matéria desde a tomada de posse”.

O executivo do PS na Câmara de Beja esclarece que “o responsável da Bedeteca de Beja foi informado ainda em 2017 pelo Presidente da Câmara que o Museu não seria realizado no mandato 2017-2021 por serem outras as prioridades imediatas do Município em termos de aproveitamento de fundos comunitários ainda disponíveis para recuperação de espaços urbanos”.

De acordo com o executivo da Câmara de Beja, “antes de se avançar para novos museus interessava, e interessa, resolver problemas graves nos museus existentes nomeadamente no Núcleo Museológico do Sembrano, na Casa das Artes – Museu Jorge Vieira e no Museu Regional, que ainda que não sendo propriedade municipal, deve ter uma participação forte do Município em todos os processos que lhe respeitem”.

O executivo afirma que a Câmara Municipal de Beja “tem vindo a recuperar e a valorizar vários espaços culturais do concelho quer através de intervenções nos mesmos, quer através da aquisição de equipamentos para apetrechar esses espaços”.

De acordo com a nota do executivo PS, “a articulação dos espaços culturais existentes far-se-á através da apresentação em condições dos mesmos aos trabalhadores e aos visitantes, da boa manutenção dos mesmos e da capacidade para o fazer, de sinalética turística adequada, de percursos acessíveis e inclusivos que os liguem, de programação de qualidade e chamativa de diferentes públicos”.

Segundo afirma o executivo socialista, “Beja atingiu um estado de profunda degradação, sobretudo no seu centro histórico, que terá de ser progressivamente ultrapassado pelo investimento de particulares em recuperações e pela reabilitação dos espaços municipais por parte da Câmara, priorizando o Município as intervenções, e avançando faseadamente com as mesmas sempre que reúna as condições financeiras necessárias para as fazer”.

O executivo socialista justifica, dizendo que “está a fazer o seu caminho nessa área e no final do mandato, Beja terá um centro histórico com mais património municipal recuperado ou em fase de recuperação, equipamentos culturais com melhores condições para todos os utentes dos espaços e percursos, sinalética e informação de rua de painel e interativa mais simples para todos”, havendo neste momento “em obra intervenções na ordem dos 9 milhões de euros no concelho”.