RÁDIO VIDIGUEIRA NÃO VAI PROMOVER DEBATES NEM ENTREVISTAS AOS CANDIDATOS ÀS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

Escrito por em 05/05/2025

No Baixo Alentejo, no Alentejo e em todo o País, as rádios locais representam o expoente máximo de uma relação comunicativa diferente. São meios de comunicação de proximidade, fundamentais para o desenvolvimento dos territórios. Potenciam dimensões essenciais da identidade local, promovem o entretenimento enraizado nas comunidades e acompanham o pulsar social das populações. Hoje, mais do que nunca, a relação entre os ouvintes e a rádio é profunda – quase uma relação de dependência.

Na contagem decrescente para o início da campanha eleitoral, na próxima segunda-feira, a Rádio Vidigueira, que sempre promoveu debates e entrevistas em todos os atos eleitorais, tomou a difícil decisão de não realizar qualquer tipo de debate ou entrevista com candidatos às próximas eleições legislativas.

As rádios locais, sobretudo no Interior, têm sido, desde sempre, os principais veículos de informação em tempo de eleições. Durante anos, acompanhámos todos os momentos eleitorais, demos voz aos candidatos, promovemos o debate democrático. Durante anos, alertámos para o facto de só termos acesso a tempos de antena em eleições autárquicas. Durante anos, pedimos uma linha de apoio específica para rádios locais. Durante anos, os nossos alertas caíram em saco roto. Chegou o momento de mostrarmos realmente aquilo que valemos e da importância que temos na promoção do debate e das ideias.

Porque acreditamos que os ouvintes devem manter-se informados, divulgaremos apenas os conteúdos que chegarem à nossa redação, sem entrevistas ou debates.

No recente apagão nacional, quando as redes móveis falharam e a internet caiu, foi a rádio que se manteve firme – informando, orientando e apoiando as populações. Porém, muitas rádios locais não conseguiram manter-se no ar por falta de geradores ou de ligações alternativas à rede global. Esta falha compromete não apenas o serviço público que garantimos e que os serviços de proteção civil exigem, mas também a segurança das populações que de nós dependem.

Neste contexto, é imperativo que todos os líderes partidários, de forma concertada e urgente, assumam compromissos claros com as rádios locais:

  • Reconheçam formalmente o serviço público prestado pelas rádios locais, com medidas efetivas de valorização e proteção;
  • Aprovem a criação de linhas de apoio financeiro específicas para rádios locais, destinadas à aquisição de geradores e sistemas de redundância energética, bem como à instalação de sistemas de acesso à internet via satélite, garantindo conectividade mesmo em cenários de catástrofe;
  • Integrem as rádios locais nos planos nacionais e regionais de proteção civil, com protocolos claros de cooperação em situações de crise.
  • Integrem as Rádios locais no plano do tempos de antena em todas as eleições.

As eleições legislativas de 18 de maio oferecem uma oportunidade única para que o futuro Governo e a nova Assembleia da República assumam, de forma inequívoca, um compromisso com a valorização e proteção da rádio local – reconhecendo o seu papel insubstituível na defesa do interesse público.

As rádios locais criam laços de proximidade e de identidade com os ouvintes. São parte do quotidiano das pessoas, gerando sentimentos de pertença, carinho e confiança. Pelo que representam, merecem mais do que promessas: merecem respeito, investimento e políticas à altura do seu contributo.


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