Crónica de Opinião – Lopes Guerreiro – 24/06/2025

Marco Abundância 24/06/2025

A crónica de opinião de Lopes Guerreiro.

Vai o Chega continuar a ser “o elefante na loja” das eleições?

As eleições autárquicas deste ano acabaram por ficar entaladas entre as eleições presidenciais, que se vão realizar em Janeiro do próximo ano, e as eleições para a Assembleia da República, que foram antecipadas para Maio último, num período reduzido de oito meses.

Os processos eleitorais acabaram por interferir uns nos outros, designadamente a escolha de candidatos e, também, as pré-campanhas para as eleições locais, que acabaram por ser encurtados devido à campanha para as eleições legislativas.

Sendo eleições diferentes, com organizações diferentes e um maior impacto dos candidatos, devido à proximidade com as populações e um envolvimento de muitas mais pessoas, a começar logo nos candidatos, e por isso não sendo fácil fazer leituras políticas nacionais dos resultados das eleições autárquicas, estas não deixarão de ser feitas, sendo vistas como uma primeira grande sondagem ao governo.

Devido à antecipação da realização das eleições legislativas, os processos eleitorais autárquicos acabaram por ser condicionados, levando à antecipação ou postecipação da divulgação de candidatos em função do impacto que os partidos consideraram que teriam nas eleições para a Assembleia da Republica.

Terminadas estas, aqueles processos foram retomados e acelerados, tendo sido já  divulgados praticamente todos os cabeças de listas candidatas aos principais órgãos autárquicos da maioria dos municípios, restando alguns casos mais complexos, como os de possíveis coligações ou de mais algumas eventuais candidaturas independentes.

Há ainda as situações dos partidos com menos implantação de organizações locais, que, por isso, têm mais dificuldade em avançar com as candidaturas autárquicas, como é o caso do Chega, que, apesar dos expressivos resultados obtidos nas eleições legislativas, ainda nem sequer apresentou os cabeças de listas em muitas autarquias.

Mais atrasada está a divulgação da composição completa das respectivas equipas e, mais ainda, a elaboração dos respectivos programas eleitorais, o que deverá ir acontecendo até quase às vésperas das eleições.

As candidaturas apresentadas pelo Chega às eleições autárquicas são a principal incógnita nalguns concelhos, designadamente naqueles em que as principais forças políticas repetem os mesmos candidatos, como é o caso de Beja.

Não sendo de prever que as votações do Chega atinjam os valores alcançados nas eleições legislativas, os candidatos apresentados por este partido populista poderão, mesmo não vencendo nem mesmo sendo eleitos, ter um interferência decisiva nos resultados eleitorais para as autarquias locais, como parece ser o caso de Beja.

O Chega continuará assim a representar o papel de elefante da loja. Voltou a ser  assim nas eleições para a Assembleia da República e voltará a ser, provavelmente, assim nas eleições para as autarquias locais e para a Presidência da República.

Se nas eleições autárquicas, salvo nalguns concelhos em que consiga apresentar candidatos credíveis, terá dificuldades devido à falta de implantação das organizações locais – que nem sempre acompanha o crescimento eleitoral -, a eventual candidatura de André Ventura poderá baralhar as previsões que as sondagens vão apresentando favoráveis a Gouveia e Melo.

Muito do peso eleitoral do Chega deve-se a André Ventura. Por isso, nas eleições que não têm André Ventura como protagonista principal as votações obtidas pelo Chega são mais baixas. Assim aconteceu nas europeias, assim vai acontecer nas autárquicas e o mesmo acontecerá nas presidenciais se André Ventura não for o candidato.

Se André Ventura se candidatar terá uma boa votação, podendo até ganhar a primeira volta, face aos candidatos anunciados até agora, o que seria um êxito notável. Se não for, terá dificuldade em apresentar um candidato capaz de alcançar uma boa votação, tendo em conta a simpatia inicial que mostrou à candidatura de Gouveia e Melo.

André Ventura vê-se, assim, confrontado entre a possibilidade de ser um dos protagonistas principais e candidatar-se à Presidência da República, e ficar de fora dessa disputa e concentrar-se na liderança da oposição ao governo da AD, como tem dito que prefere, correndo o risco do enfraquecimento da imagem eleitoral do Chega.

Até para a semana!                                                                              LG, 24/06/2025

Vidigueira Informação

A atualidade informativa do dia.

Mais informações


Opnião dos Leitores

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados com *




Rádio Vidigueira

Rádio Vidigueira

Faixa Atual

Título

Artista

Background
WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE