Crónica de Opinião – Lopes Guerreiro – 22/07/2025

Marco Abundância 22/07/2025

A crónica de opinião de Lopes Guerreiro.

Políticos todo o terreno
Os deputados do Chega e da AD eleitos pelo Círculo Eleitoral de Beja, nas últimas eleições para a Assembleia da República, são os cabeças de lista daquelas forças políticas às Câmaras Municipais de Albufeira e de Ourique, respectivamente.
Os cabeças de lista do PS e da CDU por Beja nas penúltimas eleições para a Assembleia da República não se candidataram às últimas eleições, porque já tinham sido anunciadas as suas candidaturas às Câmaras Municipais de Aljustrel e Serpa, respectivamente.
Rui Cristina, eleito deputado por Beja pelo Chega nas últimas eleições e agora candidato pelo mesmo partido à Câmara Municipal de Albufeira, foi eleito, nas penúltimas eleições, deputado pelo Chega por Évora, depois de ter abandonado o PSD, por que foi deputado por Faro.
Gonçalo Valente, reeleito deputado por Beja pela AD, volta a ser o candidato desta força política à Câmara Municipal de Ourique, onde foi eleito vereador.
Nelson Brito, depois de ter sido durante três mandatos presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, foi deputado por Beja, não se tendo voltado a candidatar à Assembleia da República nas últimas eleições, porque já tinha anunciado que ia voltar a candidatar-se à Câmara Municipal de Aljustrel, substituindo quem o tinha substituído no último mandato naquela Câmara Municipal.
João Dias, depois de ter sido deputado por Beja pela CDU, voltou a candidatar-se à Assembleia da República nas penúltimas eleições, não tendo sido eleito. Nas últimas eleições já não foi candidato a deputado, porque entretanto foi anunciada a sua candidatura à Câmara Municipal de Serpa, tendo a CDU candidatado Bernardino Soares à Assembleia da República, que também não conseguiu a eleição.
Para além destas situações, existem ainda aquelas em que os presidentes de câmaras municipais que atingem o limite de mandatos por que se podem candidatar às mesmas câmaras municipais, se candidatam a outras, pelos mesmos partidos ou por outros ou encabeçando listas independentes.
Estas situações revelam dificuldades dos partidos em ter quadros capazes, repetindo por isso os mesmos a candidatados aos principais lugares elegíveis. Importa ainda recordar que, para além destas candidaturas e cargos, aqueles quadros ainda desempenham cargos nas direcções regionais e nacionais dos respectivos partidos. São, por isso, o que podemos designar como políticos todo o terreno.
Alguns partidos já têm definido como regra não candidatar à Assembleia da República os presidentes de câmaras municipais nem a estas os seus deputados. Mas costuma ser “sol de pouca dura”. Ou seja, por mais regras que os partidos definam para as escolhas a cargos elegíveis acabam sempre por criar excepções ou abandonarem-nas completamente.
Em zonas pouco povoadas ou em que os partidos têm pouca implantação no terreno, mesmo que tenham conseguido bons resultados eleitorais, as dificuldades de escolher candidatos com valor acrescentado próprio é muito difícil e, por isso, sentem necessidade de recorrer a candidatos de outros círculos eleitorais, como forma de tentar suprir aquelas lacunas, ou a apresentar os mesmos candidatos a vários lugares elegíveis.
A primeira situação nem sempre é bem vista pelas pelos eleitores dos círculos por onde os partidos apresentam candidatos de fora, preterindo os que neles residem.
A candidatura de autarcas a outras autarquias nem sempre resulta. Se nalguns casos a experiência e competência desses autarcas são reconhecidas e valorizadas, noutros casos não é, sendo vistos pejorativamente apenas como “para-quedistas”.
A repetição da candidatura dos mesmos quadros a vários cargos elegíveis pode ser melhor aceite pelas pessoas, quando lhe é reconhecida competência, mas acaba por, mais cedo ou mais tarde, prejudicar a sua imagem, por passarem a ser vistos como “pau para toda a obra” ou políticos todo o terreno, como já referimos. Mas, “quem não tem cão caça com gato” e é isso o que os partidos também fazem.
Vamos ver o que acontece nas próximas eleições.
Até para a semana! LG, 22/07/2025

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