Crónica de Opinião – Lopes Guerreiro – 18/11/2025

Marco Abundância 18/11/2025

A crónica de opinião de Lopes Guerreiro.

Eleições para a Presidência da República em marcha acelerada

Ainda os novos eleitos para as autarquias locais estão a ocupar os seus lugares, e já a campanha eleitoral para a Presidência da República está aí, a todo o gás. Ou melhor dizendo, já anda por aí há muito tempo, coexistindo, primeiro, com as eleições para a Assembleia da República e, depois, com as autárquicas. Pelo menos foi isso o que aconteceu com as candidaturas mais precoces.

Ainda antes das eleições legislativas começaram a ser anunciadas pré candidaturas, de candidatos repetentes que tentam aproveitar a campanha eleitoral para ganhar alguma notoriedade até candidatos que se acharam com mais hipóteses de ser eleitos.

Naturalmente que pela falta de credibilidade, de apoios ou de outras razões, como a de só quererem aparecer, a maioria dos cerca de duas dezenas de pré-candidatos foram ficando pelo caminho, ficando reduzido o leque a oito candidatos confirmados.

Não faltam candidatos para todos os gostos, de todas as áreas político-partidárias. Com exceção de Henrique Gouveia e Melo, todos os restantes candidatos têm apoio partidário declarado – António José Seguro do PS, Luís Marques Mendes, do PSD, António Filipe do PCP, Catarina Martins do Bloco de Esquerda, Jorge Pinto, do Livre, João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, e André Ventura do Chega, pelo que esta campanha eleitoral para a Presidência da República se apresenta também como uma segunda volta das legislativas.

Os candidatos apresentam-se todos como independentes, o que não se tem revelado uma tarefa fácil. Se é relativamente fácil identificar a, maior ou menor, dependência relativamente aos partidos, quer pela origem dos candidatos, quer pelos apoios declarados, quer ainda pelos propósitos anunciados pelas respectivas candidaturas, o mesmo já não se pode dizer acerca de outras dependências bem menos transparentes e potencialmente bem mais perigosas.

Henrique Gouveia e Melo, o candidato que tudo tem feito para mostrar que é o mais independente de todos, por não ter apoios partidários declarados, depois de ter mantido uma namoro inconsequente de adolescente com o Chega, tudo tem  feito para conseguir os favores do centrão. Dos interesses parece estar a conseguir, dos partidários só o saberemos com as eleições.

Luís Marques Mendes e António José Seguro são os candidatos “mais do mesmo”, do centrão que tem governado Portugal e é responsável pelo estado em que o País se encontra, incluindo todos os males que dizem agora querer acabar. Arrogam-se de ter mais experiência política, nas várias áreas do poder, ignorando que, por isso, são também responsáveis pelas maiores frustrações pelas expectativas não cumpridas.

As esquerdas, como quase sempre tem acontecido, na impossibilidade de apoiarem uma candidatura comum de uma figura prestigiada e mobilizadora, optaram por avançar com o apoio a candidatos das áreas de cada partido – António Filipe (PCP), Catarina Martins (BE) e Jorge Pinto (Livre) -, procurando que os mesmos consigam resultados eleitorais superiores aos por si alcançados nas últimas legislativas, para além de afirmarem que existe à esquerda quem não se esconde da esquerda.

O mesmo aconteceu, de certa forma, à direita, com a Iniciativa Liberal, ao manifestar o seu apoio a João Cotrim de Figueiredo, depois de Mariana Leitão ter retirado a sua candidatura ao ser eleita líder do partido.

A candidatura de André Ventura era inevitável tal é o seu egocentrismo, que o leva a ser candidato a todos os cargos políticos, apesar de ter feito o número de não querer ser candidato à Presidência da República por querer lutar para ser primeiro-ministro, para, depois, ele próprio decidir que não havia melhor candidato do ele…

Face a esta dispersão de candidaturas, generalizou-se a expectativa de que o novo Presidente da República só será eleito à segunda volta, pelo que o debate se tem centrado em discutir quem é que vai à segunda volta, mais do que em debater qual dos candidatos tem melhores condições e oferece mais garantias para cumprir e fazer cumprir a Constituição, como vai ter de jurar o futuro Presidente da República.

A campanha está em marcha acelerada, até porque só faltam dois meses para as eleições e há o Natal pelo meio, com os candidatos a percorrerem o País e até alguns núcleos da emigração, multiplicando-se em contactos directos com pessoas e instituições e entrevistas nas televisões, rádios e outros meios de comunicação.

Já começou, ontem, a série de 28 debates nas televisões, todos em canal aberto, divididos por cinco semanas, entre os oito candidatos a Presidente da República, pelo que estes não terão falta de espaço e de tempo para exporem e defenderem as ideias e propostas que têm para oferecer. Que estas e das boas não lhes faltem, para dificultar a escolha dos que tiverem tempo e paciência para os ouvir.

Até para a semana!                                                                          LG, 18/11/2025

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