Crónica de Opinião – Lopes Guerreiro – 04/07/2023

Marco Abundância 04/07/2023

A crónica de opinião de Lopes Guerreiro.

“Todos diferentes, todos iguais” é a insígnia que deve constituir o objectivo principal de qualquer programa de inclusão.

Com efeito somos todos diferentes, a começar, desde logo, na configuração do código genético. Essa constatação deve levar-nos a respeitar todos da mesma forma e a defender a criação de iguais oportunidades e direitos para todos, independentemente das características, condições e circunstâncias de cada um.

Devemos esforçar-nos por nos colocar na pele do outro, para, dessa forma, conseguirmos percebê-lo melhor, na sua idiossincrasia, e como primeiro passo para o sabermos respeitar e aceitar a diferença e evitar que as diferenças que nos identificam e distinguem nos afastem.

Este é um princípio que todos devemos prosseguir, para que possamos ter uma sociedade melhor, mais inclusiva e respeitadora da diversidade, porque, nos tempos que correm, tudo parece ser usado e exacerbado para evidenciar e valorizar o que nos separa e coloca uns contra os outros, na lógica de que “eu e os meus somos os bons” e “os outros são os maus”.

A vida, o ser humano e as suas organizações são muito mais complexas do que essa simples e terrível dicotomia. Vivemos todos numa mesma casa comum, que alguns insistem em considerar só sua, tudo fazendo para excluir os outros, usando e abusando das diferenças que nos enriquecem para nos separar uns dos outros e excluir todos os que, por qualquer razão, consideram inferiores ou uma ameaça.

Como alguém disse um dia, o mundo está a ficar um sítio demasiado perigoso para se viver. Desde a violência doméstica, designadamente sobre crianças e mulheres, até à guerra, passando por distúrbios na sequência de actos praticados por quem nos deve defender, tráfico e transporte pago para a morte de seres humanos, que tudo investem na procura de uma vida melhor para si e para os seus, a quem é recusado apoio para os salvar da morte nos mares ou para os acolher, não faltam exemplos de como o mundo parece estar a ficar, cada vez mais, louco.

Isto para já não voltar a falar nos crimes contra a natureza e o ambiente, que continuam a ser praticados impunemente como se os sinais vermelhos da crise climática não fossem por demais evidentes das dificuldades que já está a causar à vida na Terra, a ritmo cada vez mais acelerado. E, até ver, ainda não encontrámos outro sítio para nele vivermos…

Parecemos aqueles moços pequenos que, para provocar os pais e educadores, fazem tudo ao contrário do que lhes dizem, por mais óbvio que seja, negando tudo e todos, para se afirmarem, como se esse fosse o melhor caminho para o conseguirem.

Precisamos de atalhar este estado de coisas enquanto é tempo. Precisamos de parar de destruir o planeta, o ambiente e as condições necessárias para podermos viver e de entendermos que vivemos numa casa comum, que necessita de ser conservada para nela podermos continuar a viver. Precisamos de parar de inventar motivos para nos dividir e separar e entendermos que precisamos uns dos outros, na diversidade que nos enriquece, procurando assegurar iguais oportunidades e direitos para todos, com respeito pelas diferenças que nos identificam e caracterizam.

“Todos diferentes, todos iguais”, para além da insígnia que deve constituir o objectivo principal de qualquer programa de inclusão, deve estar sempre presente em todos os nossos actos, desde os mais comesinhos do nosso quotidiano individual até às grandes decisões tomadas pelos maiores responsáveis pela condução dos nossos destinos colectivos. Parece tão simples… e pode ser. Basta querermos.

Pensem nisso! Até para a semana!

 

LG, 04/07/2023

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