FAABA escreveu carta a Maria do Céu Antunes devido à seca

Escrito por Admin RVidigueira em 28/04/2023

A FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo enviou uma carta à Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, devido à seca que já se faz sentir.

No documento enviado à comunicação social, a FAABA começa por referir que “depois de um inverno com níveis de precipitação que faziam antever um bom ano agrícola, as temperaturas anormalmente altas e a escassez de chuva dos últimos meses, a somar aos danos provocados pela seca de 2022, estão a gerar uma situação de seca ainda mais grave”.

A FAABA sublinha que “a perda total das pastagens, forragens e cereais é praticamente irreversível”.

A FAABA resume que “em 85% do território agricultável Alentejano, não haverá nem pastagens, nem forragens, nem cereais, nem azeitona, nem cortiça, pondo em causa a sustentabilidade deste mundo rural interior” e aponta em termos de reservas hídricas, que “os casos mais dramáticos são a bacia do Sado e do Mira com as barragens do Monte da Rocha e Campilhas praticamente ao nível do volume morto, e a de Santa Clara já há 3 anos abaixo deste nível”.

A FAABA propõe na missiva a Maria do Céu Antunes, o “reconhecimento formal da situação de seca em toda a região”, permitindo assim “acesso aos instrumentos derrogatórios previstos na legislação, muito particularmente no PEPAC”.

Os agricultores defendem a “definição de um conjunto de apoios directos aos animais e às culturas, como forma de garantir a manutenção da actividade agrícola e evitar uma escalada nos preços dos alimentos ao consumidor”, a “antecipação das ajudas de 2023”, a “ autorização de pastoreio e corte de forragem nas superfícies de interesse ecológico”.

A FAABA quer ainda “apoios em sede fiscal como forma de reduzir impostos”, a “manutenção do preço da água do EFMA para a presente campanha”, o apoio do Estado às Associações de Beneficiários de rega penalizados pela ocorrência de situações climáticas extremas e a adaptação das dotações de rega preconizadas pela EDIA para as diferentes culturas, às necessidades do ano em curso.

As explicações foram deixadas por Rui Garrido, o presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, que em entrevista a semana passada na Rádio Vidigueira, falava num ano “dramático” para os agricultores.