Crónica de Opinião – Lopes Guerreiro – 27/12/2022

Marco Abundância 27/12/2022

A crónica de opinião de Lopes Guerreiro, desta semana.

Futuro de Portugal depende, em grande medida dos imigrantes

De acordo com os Censos de 2021, os residentes em Portugal eram um pouco mais do que 10,3 milhões. Destes 5,2% eram estrangeiros. Aumentaram 37% na última década. Ou seja, se não fossem estes já não chegávamos aos 10 milhões de residentes em Portugal.

O país está cada vez mais envelhecido e com menos jovens – 23,4% da população tinha 65 ou mais anos de idade, enquanto as crianças e os jovens se ficavam pelos 12,9% dos residentes. A idade média da população aumentou para 45,4 anos e por cada 100 jovens existiam 182 velhos.

Este é o retrato do país, tal como o de muitos países europeus, em termos demográficos, que se tem vindo a acentuar progressivamente nas últimas décadas, sem que os governos tenham adotado políticas capazes de a  contrariar.

Face a estes dados e à impossibilidade de reposição da população portuguesa no curto e médio prazo, parece evidente que só através do reforço da imigração será possível ter disponível a mão-de-obra de que o país necessita para o seu desenvolvimento.

Assim, não se percebe as más condições que estão a ser disponibilizadas aos imigrantes, que, a assim continuar, contribuirão para afastar para outros países – igualmente carentes de mão-de-obra -, imigrantes de que necessitamos.

Por outro lado e tendo em conta que a esmagadora maioria dos imigrantes pertence a baixas faixas etárias, são os imigrantes contribuintes líquidos da Segurança Social.

Assim sendo e ao contrário do que alguns veem como ameaças para o nosso bem estar, os imigrantes são fundamentais para o desenvolvimento do nosso país, que sem eles não acontecerá ao ritmo de que precisamos e que tem condições para acontecer pela disponibilidade de verbas do Portugal 2030 e do PRR – Programa de Recuperação e Resiliência.

Temos assim razões mais do que suficientes para criar boas condições de trabalho, de residência e de lazer aos imigrantes, tal como aos trabalhadores portugueses. E esta que parece ser uma verdade evidente, não o está a ser para muitos, a começar pelo governo e autarquias e a terminar nos que mais deles precisam – os empresários.

Estamos numa fase de crescimento económico que, apesar das dificuldades resultantes da inflação, vai continuar, mais lentamente nos próximos tempos, por aquela razão, e que acelerará a seguir. Torna-se, por isso também, necessário uma alteração substancial no acolhimento que é proporcionado aos imigrantes, que constituem uma mais valia e não uma ameaça para Portugal e para os portugueses. Esperamos que o país esteja à altura deste desafio fundamental para o seu futuro próximo.

Até para a semana!

A Voz dos Outros

Espaço dedicado ao Concelho de Vidigueira e à Região.

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