O mundo vai finalmente saber quanto mede o Evereste

A China e o Nepal uniram-se para medir a montanha mais alta do mundo, que fica na fronteira dos seus países e, de acordo com um entendimento de 2019, devem anunciar esta descoberta em conjunto. O anúncio estava previsto para este ano, mas foi adiado por causa da pandemia.

Em 2019, o Nepal enviou a sua própria equipa para o cimo da montanha. Já aexpedição da China, ocorreu em maio deste ano. Historicamente, os dois países divergem sobre a altura oficial do Monte Evereste, mas em 2010 concordaram em resolver as suas diferenças e trabalhar em conjunto.

Segundo o jornal The Guardian, todas as medições já efetuadas foram realizadas por investigadores dos Estados Unidos, Europa ou Índia, em vez dos países onde o Evereste realmente se situa.

Navin Manandhar, que ajudou a desenvolver a metodologia de medição, explicou ao Nepali Times que este trabalho “não foi fácil”, mas que é “um motivo de orgulho para o Nepal” e também “uma grande responsabilidade”, pois “o mundo inteiro aguarda ansiosamente o resultado”.

Em 1856, a altura do Evereste foi declarada pela primeira vez em 8840 metros pelo Great Trigonometric Survey (GTS) da Índia. Contudo, a montanha tem sofrido alterações e isso pode influenciar a sua altura atual.

Christopher Pearson, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, em entrevista ao Nepali Times, “a altura do Evereste está constantemente a mudar devido à atividade tectónica, da qual o terremoto Gorkha de 2015 é apenas a contribuição mais recente.”

Em 2019, uma equipa de topógrafos indianos apurou que o Evereste pode ter encolhido como resultado do devastador terramoto que em 2015 atingiu a região.

Ainda segundo o jornal nepalês, os dois países também usam pontos distintos do nível do mar como referência para as suas medições. A China usa o mar Amarelo, enquanto a localização do Nepal está mais perto da costa da Baía de Bengala.

Resta esperar para saber quantos metros são precisos subir para chegar ao topo do Evereste.